Desmistificação da Mulher na Obra Cais da Sagração de Josué Montello Sob a Ótica do Existencialismo Sartreano

Há vários caminhos a trilhar quando pensamos em estabelecer uma definição do que seja mito, pois falar de mito é embrenhar-se em diversos campos do conhecimento e inúmeras formas de interpretação. O termo já encerra em si grandes contradições: ora como "mentira", ora como a verdade íntima escondida atrás de um véu, o mito para muitos nega a razão e a realidade, ainda que quase sempre não haja um questionamento profundo sobre esses dois conceitos.

Por essa razão, é que o mito está, intimamente ligado ao mistério, pois, quando se percebe o mito de cada coisa, se está na experiência do mistério. Esse mistério é a presença, a força fantástica de si.

A justificativa é que a narrativa lendária, pertencente à tradição cultural de um povo, é explicada através do apelo ao sobrenatural, ao divino, ao misterioso, à origem do universo, ao funcionamento da natureza e a origem e aos valores básicos do próprio povo.

O mito, portanto, é uma linguagem apropriada para a religião. Isso não significa que a religião, tampouco o mito, conte uma história falsa, mas que ambos traduzem numa linguagem plástica (isto é, em descrições e narrações) uma realidade que transcende o senso comum e a racionalidade humana e que, portanto, não cabe em meros conceitos analíticos.

Tanto a religião como o mito difere, não quanto à verdade ou falsidade daquilo que narram, mas ao tipo de mensagem que transmitem. A mensagem religiosa geralmente exige determinado comportamento perante a Deus, ao sagrado e aos homens, e é, muitas…