Desmistificação da Mulher na Obra Cais da Sagração de Josué Montello Sob a Ótica do Existencialismo Sartreano

E mais: especifica que, ao contrário das coisas e animais, no homem a existência precede a essência, e isso significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define, e, ainda: "Cada vez que o homem escolhe seu compromisso e seu projeto com toda sinceridade e com toda lucidez, torna-se-lhe impossível preferir um outro". (SARTRE, o existencialismo é um humanismo, p.79).

O homem, tal como o concebe o existencialista, se não é definível, é porque primeiramente não é nada. Só depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer, como sinaliza Sartre: "Sou responsável por mim mesmo e por todos, e crio uma certa imagem do homem que eu escolho: escolhendo a mim, escolho o homem". (SARTRE, O existencialismo é um humanismo, 1973, p. 26).

A obra O ser e o nada, (1943), contém o núcleo da filosofia do existencialismo de Jean-Paul Sartre, em que defende a liberdade como uma das características mais fundamentais da existência humana. Dessa forma, o homem é caracterizado como o ser que se define por sua consciência em que existir e refletir são o mesmo, que se define por sua autoconsciência. O ideal dessa consciência é atingir a plena identidade consigo mesma. É nesse sentido que, em suas palavras, "o homem é um ser cuja existência precede a essência". O homem não tem, portanto, uma essência determinada, mas ele se faz em sua existência. Entretanto, o homem é também um ser marcado pela morte e pela finitude e, por isso, ao buscar essa identidade absoluta, está condenado ao fracasso, como assegura Sartre: