A Igreja Católica e a Maçonaria: Contradições, filosofia e política

3. O FIM DO MEDIEVO E O RESSURGIMENTO MAÇÔNICO NA SUA CONCEPÇÃO MODERNA. 

Depois de nove séculos aproximadamente de domínio secular da Igreja Católica, o século XIV foi o século de tensões e ruptura na estrutura da Santa Madre. A hegemonia da Igreja frente à Europa começava a ruir. Os nascentes Estados Nacionais começavam a fazer-lhe oposição. A ciência tomava lugar da teologia e da filosofia. A burguesia em ascensão, financiando os reis, que buscavam mais poder perante o Papa, trazia consigo novas idéias e aspirações não compatíveis com aqueles pregados pela religião oficial. A própria religiosidade estava cada vez mais sendo relegada ao plano do privado e individual. A essa crise se relaciona também a crise da teologia nesse período. Pensadores como Guilherme de Ockham, como já foi citado, preconizavam a total independência da razão em relação à fé e, conseqüentemente, da filosofia em relação à teologia.  Como se além de diferentes e independentes, a razão não pudesse mesmo oferecer apoio ou suporte algum à fé, por serem mesmo contrárias. Essa supremacia querida e pregada da teologia sobre a filosofia foi proporcionando uma maior acentuação do dualismo razão-fé, uma volta ao misticismo ascético e à vida contemplativa numa fé cada vez mais intimista e, posteriormente a total ruptura entre Igreja e Estado, sagrado e profano, filosofia e teologia, fé e razão. E, essa crise foi ganhando forças devido às condenações que o aristotelismo foi sofrendo ao longo do século XIV, sendo até proibido de ser ensinado em algumas universidades, como na de Paris e, principalmente em Oxford, berço da filosofia moderna.

Juntamente a todos esses acontecimentos, vimos também o ressurgimento da maçonaria, deixando de lado suas atividades operativistas da Idade Média e assumindo sua identidade mais institucional, assim como fez a Igreja Católica a se ver ameaçada pelas novas…